Monsenhor Raimundo Gomes
Padre Luiz Marques Barbosa
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Frase
"Não é pedofilia. Foi ato de homossexualismo"
DOM VALÉRIO BREDA
bispo de Penedo (AL), sobre vídeo em que um monsenhor faz sexo oral em jovem
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Outro padre vê vingança em denúncia
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DA AGÊNCIA FOLHA, EM ARAPIRACA
Apontado por ex-coroinhas de Arapiraca como envolvido em casos de pedofilia, o monsenhor Raimundo Gomes disse ontem que é inocente, após depor no inquérito que apura supostos crimes de pedofilia e abuso sexual.
Segundo ele, as supostas vítimas dos abusos pertenciam a uma entidade beneficente cristã desvinculada da diocese em junho de 2009 por suspeita de irregularidades. A ordem veio do bispo de Penedo, dom Valério Breda.
"Eu era o vigário-geral, responsável pela comunidade da qual participavam meus acusadores. Quando o bispo percebeu que ela não seguia as normas, começaram a me odiar."
Bispo diz que foi chantageado com vídeo envolvendo padres
Religioso relata que, há um ano, dupla pediu R$ 1 mi para não divulgar imagens de sexo
Um mês depois, afirma ter começado a preparar a saída de monsenhor de Arapiraca flagrado em gravação; para ele, caso não é de pedofilia
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PENEDO (AL)
SILVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
O bispo de Penedo (AL), dom Valério Breda, 65, disse ter ficado sabendo há cerca de um ano da existência de gravações de sexo com padres de Arapiraca (122 km de Maceió) e que recebeu pedido de R$ 1 milhão para que elas não fossem divulgadas, mas que negou a proposta.
Ele afirmou ontem à Folha ter sido procurado, entre abril e maio de 2009, por dois homens, que disseram representar supostas vítimas e pediram dinheiro em troca do silêncio.
De acordo com ele, a dupla não citou nomes. "[Mas] dava para entender que era o monsenhor [Luiz Marques Barbosa]". "Não aceitei. Dou graças a Deus, porque seria a minha morte." Segundo ele, a conversa durou cerca de uma hora.
O bispo disse que, em junho, começou a conversar com o monsenhor, mas sem ser direto. "Ele tem uma certa idade, e não queria tratá-lo como um moleque qualquer". Em um dos contatos, o monsenhor, segundo ele, usou uma expressão em latim, tirada do salmo de Davi: "Peccatum meum ante me est semper" (o meu pecado está sempre diante de mim).
"Entendi que ele reconhecia o pecado", disse o bispo, que começou a articular com o monsenhor a sua saída "de forma reservada" e de acordo com a Lei Canônica. Ele afirmou não ter alertado a comunidade porque as informações de que dispunha eram "nebulosas".
Ele disse só ter visto há um mês, em um programa de TV, o vídeo de sexo envolvendo o monsenhor e um ex-coroinha -que ele classificou de "aberração". Para ele, o que as imagens mostram não é pedofilia. "Foi um ato de homossexualismo, pois os próprios atores daquela cena se declararam maiores [de idade]", afirmou.
Dom Valério disse que não se recusaria a conversar com ex-coroinhas, desde que isso ocorresse na presença do advogado deles. "Diria que perdoem esse padre, e que a Igreja pede perdão a eles." Ele disse que "não imaginava" ver escândalos sexuais com padres na sua base, "mesmo sabendo que o problema se aninha até nas famílias".
Verdade
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Um dos três ex-coroinhas que denunciaram religiosos por pedofilia, Cícero Flávio Vieira Barbosa, 22, disse que dom Valério assistiu às imagens do monsenhor fazendo sexo oral com um jovem e nada fez. Ele gravou a cena em 2008 e disse que queria pressionar o bispo para que ele tomasse uma atitude contra o religioso.
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"Por que o bispo não para de mentir e se senta frente a frente com a gente? Como representante do clero diocesano, ele deveria falar a verdade."
O ex-coroinha negou que tenha chantageado o monsenhor Barbosa -afirmou que o religioso viu as imagens quatro dias após a gravação e ofereceu R$ 50 mil por elas. .
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A intenção era fazer com que o sacerdote deixasse de procurá-los.
O ex-coroinha disse que aceitou fazer um acordo com o advogado do monsenhor para receber R$ 32.250. "Foi feito um acordo para calarmos a boca. Ia dar um ponto final na história, mas começamos a receber ameaças de morte", disse.
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