"Investi mais de R$ 10 milhões e num minuto perdi tudo. Tenho mais de 40 empregados e vou ter de dispensar todos empregados amanhã",

"Investi mais de R$ 10 milhões e num minuto perdi tudo. Tenho mais de 40 empregados e vou ter de dispensar todos empregados amanhã",

Em 24 horas, Friburgo vira mar de lama e desespero

Resgate ainda não havia conseguido chegar em várias regiões da cidade

Corpos estão sendo levados para um colégio da cidade, antes de serem transferidos para Instituto Médico Legal

DIANA BRITO
ENVIADA ESPECIAL A NOVA FRIBURGO

O cenário na tarde de ontem em Nova Friburgo, cidade de 182 mil habitantes na região serrana do Rio de Janeiro, era de caos.
Após a forte chuva entre a tarde de anteontem e a manhã de ontem -182,8 mm em 24 horas -a cidade está coberta de lama e muitas pessoas estão desabrigadas. As ruas estão repletas de pessoas que perambulam à procura de um abrigo.
O rio Bengalas, que corta a cidade, transbordou. Segundo moradores, a altura da água chegou a 1,60m no centro da cidade.
Segundo informações da Defesa Civil, muitas das mortes aconteceram na região central e no distrito de Conselheiro Paulino.

Para o comandante Roberto Robadey, o número de vítimas no município pode crescer, pois as equipes de resgate não conseguiram chegar em muitas localidades afetadas pela chuva por conta das barreiras que caíram nas áreas de encostas da cidade.

Os corpos estão sendo levados provisoriamente para um colégio da cidade, antes de serem transferidos para o IML (Instituto Médico Legal), onde deverão ser reconhecidos por parentes.

TELEFÉRICO
Além das vítimas, Nova Friburgo contabiliza também os prejuízos especialmente do setor de turismo.

O principal ponto turístico da cidade, o teleférico, foi danificado pelas fortes chuvas que atingiram Nova Friburgo e formaram uma cachoeira no morro vizinho à praça dos Suspiros, localizada no centro da cidade.

A força da tempestade fez cair uma encosta e derrubou um dos cabos de aço e uma das torres que sustentam o teleférico. O desmoronamento também soterrou parte do hotel Recanto Itália, que fica ao lado do local.

"Investi mais de R$ 10 milhões e num minuto perdi tudo. Tenho mais de 40 empregados e vou ter de dispensar todos empregados amanhã", disse Rodolfo Acre, 60, dono do complexo turístico, que inclui ainda pista de boliche.

A filha do empresário, Fátima Acre, 35, relata o momento do desmoronamento da encosta. "Vi um rio de lama e entulho descer em direção à minha casa e comecei a gritar", conta ela, que morava ao lado do hotel e teve a sua casa completamente destruída pelo rio de lama.

Fátima disse nunca ter visto nada parecido nos 11 anos em que vive na região. "Ouvi um forte estrondo e acordei aos gritos. Só deu tempo de pegar a bolsa com os documentos e meus dois cachorros", afirmou ela, ao lado dos dois animais sujos de lama

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