DedeAbel // FolhaSP: Dilma pedirá "pacto social" ao Congresso

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Dilma pedirá "pacto social" ao Congresso

Em meio a negociação sobre salário mínimo de até R$ 580, presidente pedirá atenção à qualidade de gastos do governo

Petista também quer empenho para ações de prevenção a desastres naturais e apoio para acabar com a miséria

NATUZA NERY
ANA FLOR

DE BRASÍLIA Em sua mensagem ao novo Congresso, a presidente Dilma Rousseff convocará a classe política para selar um pacto por avanços sociais.
Dilma pedirá o empenho para evitar que tragédias como a que afetou a região serrana do Rio voltem a acontecer no Brasil. Ela dará ênfase ao sistema nacional de prevenção e alerta prometido pelo Executivo contra novas ocorrências.
As diretrizes do governo serão apresentadas hoje, na segunda visita de Dilma ao Legislativo desde a posse.
Segundo a Folha apurou, a presidente pedirá apoio às ações da Câmara e do Senado para erradicar a miséria.
Na área econômica, não pretende adiantar as medidas em estudo no governo para diminuir a carga tributária de setores produtivos.
Tratará da reforma tributária de forma genérica, mas defenderá as desonerações sobre investimentos e sobre a folha de pagamento das empresas com a missão de gerar mais empregos.

SALÁRIO MÍNIMO
Preocupada com o tamanho das despesas públicas, e em meio a pressões por um salário mínimo próximo a R$ 580, Dilma pontuará a necessidade de melhorar a qualidade dos gastos governamentais e o compromisso fiscal do Executivo.
O objetivo da mensagem é dividir responsabilidades com o Congresso na hora de aprovar aumento de despesas correntes.
A equipe econômica do governo discute o tamanho do bloqueio que fará no Orçamento da União, e não quer prejudicar alguns investimentos para ter de cumprir a meta de 3,1% do superavit primário (economia para pagar os juros da dívida).
No discurso, Dilma dará uma garantia: não cortará o que for essencial. E protegerá as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), carro-chefe da área de infraestrutura.

"HARMONIA" E DISPUTAS
No âmbito institucional, a presidente falará da importância da "harmonia entre os Poderes", e tocará na necessidade de trabalhar em conjunto, com senso de cooperação. O recado será endereçado, principalmente, aos partidos de sua base aliada.
A disputa interna por espaços no segundo escalão ameaçam quebrar a tranquilidade do governo, e podem impor derrotas ao Planalto nos próximos meses.
A definição do salário mínimo será a mais próxima trincheira, capaz de medir o nível de insatisfação nas legendas que dão sustentação política à gestão Dilma.
Até mesmo o ministro Carlos Lupi (Trabalho) afirmou que esse aumento dependerá da "lábia" da presidente.
Ontem, o PCdoB decidiu apresentar uma emenda parlamentar propondo um mínimo de R$ 580.
O texto que será lido hoje foi elaborado por Dilma, com ajuda de outros ministros, caso do chefe da Casa Civil, Antonio Palocci.
É o chefe da Casa Civil quem tradicionalmente entrega a mensagem presidencial ao Congresso, mas Dilma decidiu quebrar o protocolo.
Fez isso por duas razões: para mostrar controle de seu próprio governo e fazer um aceno a deputados e senadores, já que ainda não se reuniu com eles desde que assumiu o cargo.
Colaboraram RANIER BRAGON, CATIA SEABRA E MARIA CLARA CABRAL, de Brasília


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