Prioridades de Marco Maia: combate às drogas, as reformas política e tributária

Triunfo de Marco Maia é turbinado por apoio da oposição na Câmara

Vencedor teve o apoio formal de 21 dos 22 partidos da Casa

DE BRASÍLIA

Após sair da condição de azarão e derrotar o candidato do Planalto na disputa interna do PT, Marco Maia (RS), 45, foi eleito na noite de ontem presidente da Câmara para o biênio 2011-2013.

O petista venceu com 269 votos de vantagem sobre o concorrente avulso, Sandro Mabel (PR-GO). Inscritos na última hora, Chico Alencar (PSOL-RJ) e Jair Bolsonaro (PP-RJ) tiveram 16 e 9 votos, respectivamente.
Outros 3 deputados votaram em branco. Após três horas de votação, o resultado foi proclamado às 22h40.

O resultado, entretanto, sinaliza insatisfação mais alta do que era esperada pelo Planalto, já que Maia tinha o apoio não só da presidente Dilma Rousseff, mas de 21 dos 22 partidos da Câmara.
Líderes da base reconhecem, nos bastidores, que o governo terá dificuldade para enfrentar a primeira votação de fogo de Dilma do Congresso, a do salário mínimo.

O Palácio quer bancar R$ 545, mas oposição e até aliados falam em até R$ 580.
Maia iniciou o processo de sua eleição dentro do PT ao desafiar o líder do governo na Casa, Cândido Vaccarezza (SP), que ontem recebeu sinalização da presidente que deve permanecer no cargo.

Uma soma de contrariedades regionais e de correntes do partido com o governo forçou Vaccarezza a abrir mão da indicação no último dia, dando espaço a Maia, que já havia assumido o cargo no lugar de Michel Temer (PMDB), eleito vice.

Após vencer a disputa no PT, Maia conseguiu apoio da oposição, que buscou, ao compor com ele, assegurar espaços na Mesa da Casa.
Com ajuda do Planalto, Maia conseguiu depois dinamitar as candidaturas avulsas de Aldo Rebelo (PC do B-SP) e Júlio Delgado (PSB-MG), restando apenas Mabel, que se insurgiu contra ordem em contrário do seu partido.
Ele agora corre o risco de expulsão. Mas já mandou um recado: punido, "vai atirar".

A eleição de Maia faz parte de acordo com o PMDB, que prevê que Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) comandará a Câmara de 2013 a 2015.
As campanhas dele e de Mabel foram caracterizadas por apelo corporativista, o que incluiu promessa de a Casa assumir a defesa de deputados que sofrerem críticas "injustas" da imprensa e a construção de um prédio.

Após ser eleito, Maia disse em entrevista que suas prioridades serão a votação de projetos para erradicação da pobreza, de combate às drogas, as reformas política e tributária, além de colocar a reestruturação do Código Florestal em discussão ainda neste mês. (MARIA CLARA CABRAL, CATIA SEABRA e RANIER BRAGON)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Dicas twitter