Ismail Kadare

Infelizmente, a história humana está cheia de acontecimentos de horror extremo ""ainda que não seja o caso de negar a particularidade dos campos de extermínio nazistas nesta afirmação.
É assim que os temas do trauma, da irrepresentabilidade e da mudez benjaminiana reaparecem na coletânea "Literatura e Guerra" [Ed. UFMG, 340 págs., R$ 45].

Dos jagunços de Guimarães Rosa (no ensaio de Jaime Ginzburg, que abre o volume) aos usos da mitologia homérica na Primeira Guerra Mundial (no texto final, de Luiz Gustavo Leitão Vieira), o livro representa um esforço notável, por parte do pensamento universitário brasileiro, de iniciar uma discussão sobre literatura e violência que ultrapasse os limites da periferia urbana contemporânea (Ferréz, Paulo Lins) para abrir-se a um ponto de vista internacional.
Ismail Kadare


Os romances de Ismail Kadaré sobre a sangrenta memória dos Bálcãs, o teatro espanhol sobre a Guerra Civil, as memórias sobre a guerra do Vietnã e suas relações com o romance "Ardil-22", de Joseph Heller, são respectivamente abordados por Leonardo Francisco Soares, Sara Rojo e John Clark Pratt, ele próprio ex-combatente no Vietnã.

Um bom panorama da literatura das duas guerras mundiais é oferecido por Tom Burns, no ensaio dedicado a alguns vencedores do prêmio Nobel (como Rudyard Kipling, Ernest Hemingway, Winston Churchill, Bertrand Russell e John Galsworthy) que, do pacifismo a seu oposto, engajaram-se no tema.

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